A quarta edição do Conexão Dança reuniu profissionais e companhias de dança de vários estados brasileiros em nove de dias de intensas atividades, entre elas mostras artísticas, perfomances, oficinas, espetáculos, e também bate-papos e rodas de conversa que discutiram a produção, criação, difusão e circulação da dança no país. Para isso, vários convidados de renome participaram como mediadores desses encontros que foram bastante proveitosos.
Cia MN - No dia 06 de junho, vários artistas estiveram reunidos no Chico Discos para a roda de Conversa com a Companhia MN, de Mário Nascimento (MG). Durante o encontro, Mário falou um pouco sobre a sua trajetória de busca e aprimoramento na dança e o início de sua carreira. Foi a partir da criação seu primeiro trabalho, o espetáculo "Escapada", que sua companhia foi estruturada.
E, dá uma lição de perseverança quando conta uma história interessante que aconteceu com eles no começo das apresentações: "em um dia muito chuvoso, fizemos o espetáculo Escapada. Na plateia só tinham três pessoas e uma delas era um alemão. Ele gostou muito e nos convidou para um turnê na Europa. Portanto, eu sempre digo isso a todos, façam sempre seus espetáculos, independente das circunstancias", e finaliza sorrindo.
Mário Nascimento contou que era praticante de boxe e musculação, e tinha uma paixão, a ilusão de ser bailarino clássico. Passou por uma escola de ballet muito rígida, mas após assistir muitos espetáculos e, em um momento de rejeição ao ballet, surgiu a Cia MN. Quis contrariar tudo o que já havia aprendido, então começou um trabalho de desconstrução do corpo: "ficava muitas horas no Centro Cultural treinando. Eliminei as sapatilhas, passei a usar tênis e treinar muita acrobacia. Hoje o trabalho ainda é intenso e diário. São quatro horas de treino, aliado ao condicionamento físico em academia, pilates, jazz e teatro", destaca Mário, abrindo espaço aos presentes para as ponderações.
Rumos Itaú com Sônia Sobral - Na tarde do dia 09 de junho, a gerente do Núcleo de Artes Cênicas do Itaú Cultural, Sonia Sobral, participou do bate-papo sobre os editais do Rumos Teatro, produção e pesquisa na área. Ela começa fazendo uma análise do cenário das políticas publicas culturais no pais. "Nos últimos oito anos, os editais são as formas mais utilizadas para fazer políticas públicas. Com eles, o processo ficou muito mais acessível, transparente e democrático", afirma.
Sônia falou sobre os noves editais nacionais abertos para este ano, trazendo como novidade um para moda e designer. Para o de dança, que pensa o fomento, a produção e a circulação, traz editais para produção de espetáculos de dança para crianças, um dedicado ao formador, outro para pesquisa e o último para residência de criação.
Segundo Sônia, o edital para formador leva o sentido amplo e fica subentendido como professor. No entanto, "vamos verificar se o conteúdo de todos os projetos inscritos amarra bem esse conceito,professor enquanto formador. Até porque a gente entende a produção de um artista como uma experiência formadora, por exemplo, porque ele pode ser fonte de pesquisa.
Já o edital de residência para criação, o mais discutido pelos participantes, servirá para a formação de criadores e o intercâmbio com profissionais que auxiliem o desenvolvimento de metodologias de criação.
Para os interessados em participar dos editais abertos podem acessar o site do Itaú Cultural pelo endereço: http://www.itaucultural.org.br
